Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres | #ÉSINALDEVIOLÊNCIA

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Em dia dedicado ao tema da violência doméstica, memorizem este número: 27.

Neste número estão contabilizadas as mulheres mortas por violência doméstica em Portugal.

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Quando falamos de violência doméstica, à partida, pensamos logo em algo físico, e infelizmente os dados da APAV mostram que em 2015 morreram muitas mulheres após reconciliações. Mesmo que tivesse sido uma, essa vida foi uma a mais que foi perdida por uma NÃO razão, sem causa, sem desculpa.

O relatório Anual de 2015 da APAV mostram-nos números assustadores: quase 13000 processos apoio, dos quais resultaram quase 10000 vítimas com apoio, correspondendo a um total de mais de 23000 crimes e outras formas de violência. Ainda mais preocupante é se olharmos para estes números de forma diária e semanal: em média 14,5 mulheres com +18 anos são vítimas de violência doméstica num dia, semanalmente em média são 101,5. Estes números são deveras atrozes.

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A violência doméstica acontece. A violência doméstica existe. Pode até estar próxima de nós e não damos conta de nada. Acontece em diversas faixas etárias, nas várias e diversas culturas mundiais, e em diferentes condições económicas. Basicamente e infelizmente qualquer pessoa pode, de um momento para o outro, ser vítima dela.

Quando a violência é física, pode ser visível ou não. Para a mulher é quase sempre, pois depois de se despir, as marcas estão lá. Caso seja sexual, pode não ser visível, mas aconteceu. A terceiros se não for na cara não é visível. Mas há também outras formas de violência que não são visíveis e que podem ser tão ou mais agressivas que a física: a emocional / psicológica.

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Esta sim, deixa marcas mais profundas, feridas tão dilacerantes que levam anos e anos a fechar. Os traumas causados, mesmo que apagados da memória a curto prazo, permanecerão sempre na mente de quem as viveu. Há um provérbio português que diz: “ Quem está no convento é que sabe o que lhe vai dentro”. Eis que nos casos de violência doméstica, seja ela de qualquer tipo, esta é uma das verdades mais fundamentais. A vergonha em assumir que se é vítima ainda é uma das principais razões pela qual tantas mulheres morrem, desamparadas e sem apoio, na esperança da mudança de comportamento do companheiro.

Da violência doméstica podem resultar danos colaterais que não os da agressão física diretamente, distúrbios menstruais, oscilação de temperatura corporal (arrepios e/ou afrontamentos), tensão alta, dores no corpo (musculares), reações de pânico, mau funcionamento digestivo, esquecimento ou confusão.

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Espreitem este link e este.

[aesop_quote type=”block” background=”#ffffff” text=”#000000″ align=”left” size=”1″ quote=”Cada um é como cada qual, mas isto de gostar de uma mulher como a conhecemos e depois querer que ela mude, que ela aja, faça, seja aquilo que o parceiro quer, não é gostar. É algo ali a bater numa patologia quase psicopata, é um distúrbio, é má formação, não é amor, mentalizem-se.” parallax=”off” direction=”left” revealfx=”off”]

 

Se alguma destas coisas se passa com vocês ou com alguém que conheçam, D E N U N C I E M.

O crime (sim, é crime e público) de violência doméstica prescreve ao final de 20 anos (leram bem, 20 anos). Do que apuramos junto dos órgãos disponíveis para qualquer um em Portugal, hoje em dia esses mesmos órgãos estão formados, qualificados e altamente sensibilizados para o apoio e ajuda à vítima.

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Se não quiserem ser reconhecidas, se são controladas, peçam ajuda a alguém de confiança. Peçam o telefone a alguém no trabalho e liguem para a APAV, ou dirijam-se a um posto de GNR. O posto de GNR não tem de ser o da vossa residência. Peçam proteção, estes órgãos fazem o trabalho deles e ajudam. Saiam de casa! Se têm filhos, não permitam que eles cresçam e vivam no meio disso. Mesmo que eles não vejam, eles sentem e ouvem sempre qualquer coisa, e isso vai marcá-los para sempre, vai inibi-los de crescerem livres de medo.

Liguem para a APAV (nem que seja de uma cabine) a chamada é gratuita e eles têm tudo para ajudar, advogados, psicólogos, técnicos. Têm sempre todo o tempo do mundo para vos ouvir, aconselhar e traçar estratégias. A GNR também, se precisarem de ajuda para irem buscar as vossas coisas eles ajudam e protegem-vos, mas protegem mesmo.

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Não é fácil, mas é possível. É preciso muita força nós sabemos, mas tenham-na e virem costas a essa vida. Sejam capazes de dormir sem estarem inquietas por não saberem quando é que ele vai atacar novamente.

Filhos, vizinhos, família, colegas de trabalho, até um desconhecido que oiça / veja alguma coisa… denunciem. A violência doméstica é um crime público e não é por acaso…

Contatos Úteis:

APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vitima

Telf.: 116 006 (chamada gratuita) linha de apoio à vitima em dias uteis das 9h às 19h

Caso queiram dirigir-se pessoalmente a algum gabinete da APAV visitem este link com todas as delegações a nível nacional.

GNR – COMANDO GERAL DA GUARDA NACIONAL REPUBLICANA

Telf.: 213217000

Visitem o link com a rede nacional de contactos da GNR.

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