O “nosso” Portugal de Lés a Lés 2019

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Pela 21ª realizou-se aquele que é já um dos maiores eventos de referência no universo motociclista em Portugal (se não o maior), o Portugal de Lés a Lés. Para quem não conhece, este evento reune centenas de motociclistas (cerca de 1900 motas e 2100 participantes) e pretende, ao longo de quatro dias, que todos estes adeptos e amantes das duas rodas e das viagens de mota percorram o país de norte a sul (de lés a lés), visitando cidades, vilas, aldeias ou simples recantos escondidos de Portugal e conhecer o que de belo e fantástico o nosso país tem!

Este ano tivemos oportundiade de fazer parte desta aventura, numa edição especial pois uma das localidades que receberia o final de uma etapa e o inicio da seguinte seria precisamente a nossa vila, Arruda dos Vinhos!

Poderia resumir o Lés a Lés com este vídeo:

Mas o Lés a Lés é mais do que um percurso ou um roadbook…e seria impossível relatar todas as aventuras, histórias, locais e peripécias destes 4+2 dias, pelo que faremos um resumo desta aventura por Portugal.

Os preparativos…

A preparar para esta aventura tínhamos essencialmente a mota, o equipamento e alguma bagagem para fazer a reportagem e pernoitar nos vários pontos de paragem.

A mota que levámos para esta aventura foi a nova Triumph Tiger 800, uma mota desenhada para este tipo de viagens, versatil nos vários tipos de terrenos e ritmos…mas sobre a Tiger falaremos num outro artigo dedicado à mesma!

O equipamento, como já temos vindo a demonstrar, contámos com a RSW (calças e casaco), Bering (botas e luvas), Bagster (mochila para levar toda a bagagem), Shark (capatece), Ricoh (com a camera 360 com a qual fomos demonstrando alguns dos locais de paragem) e Huawei (com o Huawei Mate com o qual fomos também fotografando e gravando videos e com o Huawei Watch GT). Fomos muito bem equipados e o feedback final de todo este equipamento foi muito positivo, tendo cada um cumprido com distinção o seu objectivo!

Dia 0: Arruda dos Vinhos – Felgueiras

Tendo esta edição inicio na vila de Felgueiras, teríamos de fazer a viagem até este ponto e esse seria o nosso dia 0, a viagem até ao ponto de partida. Do grupo que estava definido, cada um partiu a seu tempo e a viagem para norte foi feita com a companhia de mais quatro motas. Viagem por auto-estrada, em bom ritmo e de forma a chegarmos ao destino rapidamente, afinal ainda tínhamos muitos quilómetros por fazer. Nesta viagem, de destacar apenas o “upgrade” que a Honda Varadero do grupo sofrera…algures o vendante do colector decidiu abandonar a mota e esta ficou literalmente com outro ronco…algo que até deu algum carisma à mota!

Dia 1: Felgueiras – Felgueiras

A primeira etapa teria inicio e fim na vila de Felgueiras, com um total de 70km. Esta etapa serviria para os participantes se ambientarem ao tradicional roadbook em papel…sim, o Lés a Lés ainda funciona com papel e com roadbook neste formato, mantendo assim a mistica deste evento e criando um factor de desafio aos participantes! Não é tarefa fácil conduzir uma mota e ir lendo estas instruções no roadbook ao mesmo tempo que se analisam os locais por onde se passa, procurando os pontos de referência para virar, passar, contornar, evitar, etc. Um desafio, mais um que todos os participantes procuram viver e experiênciar ano após ano!!

Dia 2: Felgueiras – Figueira da Foz

Fotografia 360 obtida com a Ricoh Theta V

Numa etapa que ligaria Felgueiras à Figueira da Foz, totalizando 374 quilómetros, esta prometia ser a primeira etapa desafio, afinal a etapa anterior era apenas a introdução e o aquecimento para as três longas etapas que se seguiriam! Planeado para percorrer toda a nossa costa ao longo desta edição, rapidamente rumamos ao litoral e às praias a norte do país para depois a partir daí irmos descendo.

Algumas paragens que merecem destaque…Vila de Prado, com um recanto à beira rio, um dos locais onde estava instalado um oásis. Os oásis são pontos de paragem que a organização juntamente com várias entidades que se associam ao evento criam para servir de pontos de abastecimento aos participantes! As praias de Esposende também mereceram a nossa visita, seguiu-se São Pedro da Afurada, passagem por Aveiro com o percurso a passar junto à ria e às salinas, subida à Serra da Boa Viagem e finalmente Figueira da Foz!

Dia 3: Figueira da Foz – Arruda dos Vinhos

Fotografia 360 obtida com a Ricoh Theta V

O terceiro dia e segundo com uma longa etapa que totalizaria 345 quilómetros, ligava Figueira da Foz a Arruda dos Vinhos! A vontade de chegar à nossa vila e sermos alvos da nossa própria hospitalidade era elevada! Continuando pela costa e indo de praia em praia seguindo pela estrada atlântica, passámos por locais como São Pedro de Moel, pouco depois, o único azar a registar no grupo, uma saída de estrada com direito a cambalhota do piloto…felizmente a saída foi para uma zona de areia e os danos na mota e no piloto foram minímos. Continuando viagem, seguimos para a Nazaré, Salir do Porto, Santa Cruz, Cabo da Roca, Cascais, Lisboa e finalmente Arruda! A emoção é elevada quando chegamos a casa e somos recebidos pelos nossos…sem dúvida o final de etapa mais marcante pelos motivos óbvios!! Muita festa, bom receber e descanso em casa, para recuperar energias para a última etapa!

Dia 4: Arruda dos Vinhos – Lagos

Fotografia 360 obtida com a Ricoh Theta V

A última etapa com um total de 466 quilómetros, ligaria Arruda dos Vinhos a Lagos. Rumo ao Ribatejo, o primeiro oásis seria em Santo Estevão e que forma mais original de picarmos o cartão de controlo…era necessário entrar no recinto onde estava um bezerro evitando ser apanhado por este…não estivéssemos nós no Ribatejo e na terra de toiros e campinos! Seguindo para sul e com trajecto planeado para a tão conhecida e apreciada Costa Vicentina, visitaríamos Sines, Porto Covo, Ilha do Pessegueiro (vista da costa), Zambujeira do Mar com um Oasis da Touratech e cujo reabastecimento havia sido confeccionado pelo Chef Chakall e o pizzaiolo Roberto Mezzapelle…literalmente um Oasis de gastronomia!! Continuando a viagem, Alentejo abaixo até entrarmos no Algarve e indo até ao extremo sudoeste da Europa, o Cabo de São Vicente em Sagres. Depois do último ponto de controlo, rumo ao destino final que estaria a escassos quilómetros de distância…Lagos!

Fotografia 360 obtida com a Ricoh Theta V

Dia 4+1: Lagos – Arruda dos Vinhos

Este dia, à semelhança do primeiro, seria feito em auto-estrada, regressando a casa. Se no primeiro dia esta era a opção para, com a emoção de irmos fazer o Lés a Lés, chegarmos mais rápido ao destino, neste dia, era o cansaço e algumas mazelas físicas por falta de hábito em longas viagens que levaria a optar por esta via e tentar chegar a casa o mais rápido possível para o devido descanso e recuperação desta aventura!

Nunca mais lá volto…

É o pensamento que pessoalmente é impossível termos relativamente a este evento…percebo agora porque há participantes que o fazem desde a primeira edição e voltam ano após ano…porque não há dois Lés a Lés iguais, porque não se passa pelos mesmos sítios e porque é literalmente uma aventura, seguindo o velho lema “vá para fora cá dentro!”. Não é preciso ir demasiado longe para termos sítios fantásticos, paisagens de cortar a respiração, diversidade cultural e gastronómica e fazermos quilómetros! Portugal só é pequeno e desinteressante para quem procura uma desculpa esfarrapada para procurar outros destinos! Se a vida o permitir, é claro que voltarei a fazer outras edições do Lés a Lés e farei para convencer outros a juntarem-se a mim!

Sem eles não teria sido possível!

Tal como referi inicialmente, fizemo-nos acompanhar de vários parceiros, aos quais agradecemos todo o apoio que nos prestaram, nomeadamente:

  • Triumph
  • Shark
  • RSW
  • Bering
  • Bagster
  • Huawei

Deixar ainda um agradecimento especial às várias entidades envolvidas neste evento:

  • A todos os municipios, juntas de freguesia e motoclubes que tão bem nos receberam!
  • Ao Motoclube de Arruda dos Vinhos pela receção em Arruda, pela inclusão no grupo ao longo da viagem e por terem trazido o Lés a Lés até Arruda!
  • À Federação de Motociclismo de Portugal e à oganização do Lés a Lés por tornar esta aventura possível ano após ano!

Terminamos com o desejo de voltar a participar, quem sabe, já no próximo ano, na 22ª edição do Portugal de Lés a Lés!!

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