A morte de Sir Sean Connery e as homenagens ao mesmo nas redes sociais levaram-me a pensar sobre esta questão, afinal quem foi o melhor 007 até aos dias de hoje?
Muitos dos fans do aclamado actor indicaram o escocês que em 1962 deu cara ( e corpo) ao primeiro agente secreto criado por Ian Fleming nos anos 50, no primeiro filme intitulado “Dr. No” que em Portugal se intitulou “007 – Agente Secreto” .
Mas será que por ter sido o primeiro lhe confere o titulo do melhor? Pois bem, recapitulemos os “envolvidos” nesta aventura com quase 70 anos de existência e façamos a devida analise e posteriores conclusões.
BARRY NELSON (1954)
Provavelmente não sabia, mas afinal houve mesmo um Bond antes de Sean Connery! Robert Nielsen, mais conhecido por Barry Nelson foi o protagonista de um telefilme ( CASINO ROYALE) em 1954 sendo o único não produzido pela EON Produtions, produtora de todos os filmes oficiais.
O facto de não ser do conhecimento geral, e falta de impacto e mediatismo tanto da obra produzida como da performance do actor, não parece sequer justo poder considerar Berry como “elegível” para uma votação. Sorry Barry, you are out!
SEAN CONNERY
Começou como o primeiro 007 em 1962 com “Dr. No” seguidos de “From Russia with Love” em 1963, “Goldfinger” em 1964, “Thunderball” em 1965, “You Only Live Twice” em 1967, “Diamonds are Forever” em 1971, tendo terminado em polémica em 1983 com “Never Say Never Again” já que foi produzido à margem da serie original e sem os direitos da personagem no mesmo ano que estreava “Octopussy” com Roger Moore.
Polémicas à parte e analisando todo o seu contributo, podemos atestar que a fasquia ficou bastante elevada para os seus sucessores, pois nos anos 60 e graças a sua performance e aspecto, despontou para além da Beatlemania, a Bondmania por todo o mundo. Mesmo após deixar Bond e recheado de uma carreira de sucessos, consegue em 1989 com quase 60 anos ser eleito o Homem mais Sexy pela revista People, é obra!
GEORGE LAZENBY
Foi o protagonista em 1969 de “ On Her Majesty’s Secret Service” que dizem ter sido um flop de bilheteira, e que por isso não tenha sido escolhido para a sequela. Há quem afirme que houve desentendimentos e que foi o próprio actor a recusar por querer abraçar novos papeis. Verdade é que fruto de um filme longo e com final confuso, não ajudou Lazenby sendo que fica apenas reconhecido por ter sido o primeiro a dizer: “ Meu nome é Bond, James Bond”, O Autraliano ficou-se pela Televisão e sem grande expressão em termos de carreira, pelo que quase nem merece uma menção honrosa no que toca ao #BESTBONDEVER!
ROGER MOORE
O record de presenças em filmes (7!!) tornou Roger Moore o agente mais longo ao serviço de sua Majestade. Após os sucessos televisivos “The Saint” e “The Persuaders”, este londrino foi o escolhido para desempenhar “Live and Let Die” em 1973, “The Man with the Golden Gun” em 1974, seguiu-se “The Spy who loved Me” em 1977, “ Moonraker” em 1979, “For Your Eyes Only” em 1981, “Octopussy” em 1983 e “A View To a Kill” em 1985. Dono de um registo diferente dos antecessores, onde caracterizou um Bond cheio de humor sarcástico, tendo sido por algumas vezes criticado por um certo exagero, não deixou de ficar na historia como o que mais tempo encenou o papel (12 anos) e também o mais velho (58 anos) a interpretar Bond. Roger Moore é sem sombra de duvida um dos que merece o podium senão a vitória nesta análise.
TIMOTHY DALTON
Considerado o mais bem preparado para o papel fruto do seu estudo na Royal Academy of Dramatic Art, recusou em idade jovem (25 anos) o primeiro convite para o papel por achar ser demasiado novo e temeroso por substituir na altura Sean Connery. Verdade é que a oportunidade voltou após a “reforma” de Moore e impossibilidade de Brosnan (que viria a suceder) assinando as performances em “The Living Daylights” em 1987 e “Licence to Kill” em 1989. Dalton marcou um Bond mais humano e emotivo, tendo sido criticado por esse mesmo motivo em relação aos seus antecessores, mas era o mais próximo á personagem criada por Ian Fleming. Certo é que um publico habituado a um agente frio e sem valores morais acabou por não aceitar muito bem um Bond mais “Humano”.
A titulo de curiosidade, Dalton participou também ele na versão não oficial de 1983 em “Never Say Never Again” (com Connery como protagonista) na qualidade de figurante, as voltas que o Mundo dá!
PIERCE BROSNAN
Ao Irlandês coube a tarefa de vestir a pele de Bond por 4 ocasiões, “Golden Eye” em 1995, “Tomorrow Never Dies” em 1997, “The World Is Not Enough” em 1999 e “ Die Another Day” em 2002.
Depois de falhar o testemunho de Moore, fruto de estar ligado contratualmente a outro projecto na altura, em 1995. Admirador confesso do trabalho de Connery, Brosnan deu novo alento à personagem Bond e sucesso de bilheteira após o fracasso do último filme “Licence to Kill”. Consciente que poderia ser estereotipado com a personagem, foi inteligente exigir a possibilidade de fazer outros papeis durante o seu legado Bond, na qual destaca-se o remake de Tomas Crown que lhe valeram reconhecimento por parte da critica. Talento, carisma e “good looks” adjectivam bem Brosnan como também ele um dos melhores Bond de sempre.
DANIEL CRAIG
Dizia Fernando Pessoa “ Primeiro estranha-se depois entranha-se” (foi o primeiro slogan da Coca Cola em Portugal by the way!) e isso espelha bem Craig quando tomou conta do papel de agente 007. Fisicamente completamente diferente dos seus antecessores, revelando no seu primeiro filme “Casino Royale” em 2006 a “fraqueza” do ser humano se apaixonar ( um Bond apaixonar-se!!! Naaaa…) relembrando um Bond da era de Dalton, mais humano, levantou algumas reticencias no seio dos amantes desta sequela. Seguiu-se “Quantum of Solace” em 2008, “Skyfall” em 2012 e “Spectre” em 2015, sempre revelando um agente muito “físico” e muitas vezes exagerado no que toca a capacidades humanas. Verdade é que Craig acabou por convencer e já cansado do papel terminará o seu legado de Bond com “No Time to Die” terminado em 2020 que ainda não estreou e que por certo nos deixará saudades.
Craig tem um “je ne sais quoi” que em 4 filmes ( falta o 5!) que nos deixará por certo saudosos do seu legado.
E O MELHOR É…
Assumo por inteiro esta escolha, pois além de pessoal, é fundamentada e por certo terá apoio da maioria dos amantes deste agente secreto dos anos 50 que ainda hoje faz as delícias de muitos. Ao invés de anunciar quem é/foi o melhor James Bond de sempre, atrevo-me a mais, vou enumerar quem fica em que lugar no que toca a ser o melhor 007.
Eis a minha escolha:
6º GEORGE LAZENBY
5º TIMOTHY DALTON
3º Ex aequo PIERCE BROSNAN e DANIEL CRAIG
2º ROGER MOORE
1º SEAN CONNERY
Depois breve pesquisa sobre o 007, batido e não mexido de paixão própria pela personagem e todo o universo criado por Fleming, deixo à consideração e opinião de todo(a)s sobre esta questão que por certo já vos passou pela cabeça…afinal quem foi o melhor 007 de sempre?
Félix, Bruno Félix…