Neste meet damos a conhecer mais uma pessoa que nos é próxima, amiga de infância de alguns de nós e uma conterrânea. Falamos da Lara, que provavelmente alguns de vós terão nos últimos tempos ouvido falar (ou visto na TV), pelo livro que lançou recentemente e o qual já foi tema de conversas e entrevistas em vários meios de comunicação social. Atendendo aos factos que nos ligam à Lara, não poderíamos deixar de passar este facto e fomos entrevistar a autora de “Como recuperar de um desgosto de amor em 15 dias”!
Fica a breve entrevista, onde tentamos desmistificar as motivações e os porquês que levam uma economista de profissão a escrever sobre um tema tão abstracto como é o Amor!
Quem é a Lara Silva Santos?
I am just a girl…
Nasci em Lisboa, no fantástico ano de 1984, onde os primeiro passos de rebeldia foram com a série Riscos da RTP1, muito antes dos Morangos com Açúcar, e que praticamente já ninguém se lembra… Sou casada e tenho uma filha, que nasceu em pleno covid! Sou licenciada em Gestão, e Mestre em Ciências Empresariais e Finanças (O mais entediante e cinzento que possa existir. Mas adoro o que faço!!) Escrever um livro, nunca esteve na minha ‘To Do List’, muito menos com este tema! Tenho como regra de vida: fazer algo out of the box todos os anos. Há anos que tenho sorte e é um curso de provas de vinhos, há outros que são saltos de paraquedas ou passeios de balão. Não perco uma oportunidade para viajar ou transformar qualquer jantar numa mega festa!
Como surge a inspiração ou ideia para escrever um livro sobre desgostos de amor?
Agora é aquela parte em que eu te digo que foi uma eloquente estratégia de marketing visionária que tive aquando da… Pois, não! Basicamente, tive um desgosto de amor. Ups, era segredo! Mas quem não teve? (Pela tua cara já vi que não fui a única!)
Ainda hoje não sei como, mas quando dei por mim, escrever passou a ser o meu hobby. E este desastroso tema, o alvo predileto do meu humor. Aqueles pequenos textos de piadas entre amigas começaram a ficar satiricamente mais sérios, e aquelas páginas que nasceram de uma história verdadeira, mas sem importância, rapidamente ganharam uma vida própria, descolando-se por completo das personagens originais, para passarem a ser não a ‘minha historia’, mas a ‘historia de uma qualquer pessoa’ que já sofreu por amor. São várias histórias, várias pessoas, vários sentimentos, expectativas e muitas, muitas realidades.
Exigiu da tua parte pesquisa sobre este tema, a busca por testemunhos e experiências de outros ou pura e simplesmente a imaginação e o tema em si permitem facilmente divagar num mundo de desgostos de amor, sofrimento e superação desse mesmo sofrimento?
Há sempre uma amiga ou um amigo com muito material didático para um livro sobre o amor! O Amor e o Não Amor são talvez o desafio emocional mais antigo da humanidade.
O livro fala sobre desgostos de amor… Há um padrão para dos desgostos de amor e uma receita para recuperar dos mesmos?
Serão os amores todos iguais? Não sei se há um padrão no desgosto de amor. Há é, claramente, um padrão na forma como se reage à perda e à falha, seja ela de caracter amoroso, ou não. Este livro é sobre os bastidores da falha. Aquilo de que todos se escondem, e de que quase ninguém fala…
Porquê 15 dias? Não é o espaço temporal que contamos para superar algo deste género!
É um título provocativo, não achas? O que será então o ‘espaço temporal’ aceitável? Vivemos num mundo instantâneo, cheio de objectivos e deadlines. Mas ainda ficamos chocados quando o tempo da razão e da emoção, por muito pragmáticos que sejamos, não é o mesmo… Qual será então o tempo real do Amor?
E porque será o amor algo que necessita de uma metodologia para ser superado quando não funciona? O que nos leva a precisar de orientações para recuperar de tal desgosto?
Já reparaste a quantidade de livros, guias, vídeos de Youtube explicativos, entre outras coisas, disponíveis sobre os temas e perguntas mais extraordinários do planeta?! Se eu tivesse escrito ‘Como montar uma cristaleira do IKEA em 15 passos’, seria perfeitamente normal! A nossa sociedade espera conseguir fazer tudo, com instruções simples, rápido e bem! Mas é estranho quando alguém ousa tentar fazer isso com o coração, não é? Não sei se existe de facto uma metodologia, ou sequer essa necessidade. O livro foi apenas, uma forma gira que encontrei, para desconstruir um conjunto de mitos e clichés sociais e emocionais, de forma seriamente divertida. Se funciona ou não, terás de ler o livro.
Será este um livro adequado para as gerações mais novas, onde o “one nigth stand” é mais a regra que a excepção? Ou o público alvo está numa faixa etária mais avançada?
Há amor num “one night stand”?
Se há coisa que não discrimina, é o famigerado do desgosto de amor. Tanto doi vestida de Prada como de Primarc. Desgosto de amor não reconhece género, profissão, idade ou sequer escalão de IRS. Quando doi, doi! E por isso, este livro é para quem o quiser ler… No entanto, assumo que a capa e o todo o marketing possam estar mais direcionados para o publico feminino.
Como é que alguém ligado ao universo das finanças e da economia, áreas muito factuais e objectivas, surge no papel de escritora sobre um tema tão subjectivo e sentimental?
Esta pergunta é fácil! Eu adoro a minha profissão, e estar no mercado financeiro sempre foi o meu sonho. Mas nós, enquanto seres humanos sociais, não somos apenas uma dimensão. Não nos devemos definir apenas com uma coisa. A vida seria demasiado redutora. E este desafio de sair fora da minha zona de conforto, completamente fora da área expectável, revelou-se como mais uma dimensão, à qual carinhosamente gosto de chamar de Pink Side of the Road. Gosto de pensar na vida como uma longa jornada, com inúmeros desafios, altos e baixos, e é na nossa capacidade de adaptação e autodesafio que está o crescimento pessoal. A vida é demasiado gira para ser desperdiçada!
E como se convence uma editora a publicar um livro cujo tema é um guia para ultrapassar algo que nos arriscamos a dizer, é ainda de desconhecimento geral como o fazer?
Basicamente, convenceram-me. E, bem longe estava eu das aventuras que este livro me iria levar. Confesso que no início tive muita, mas mesmo muita, relutância na exposição deste meu lado B. Mas talvez, seja essa a graça deste tema sem graça nenhuma. Foi sem dúvida um ‘livro arriscado’, que não se assume como um romance tradicional, mas sim como um plano estratégico, cheio de humor, para a superação emocional perante uma perda, que de uma forma sarcasticamente divertida entre diálogos, lágrimas e gargalhadas, conversas serias, muitas provocações e cenas caricatas.
Depois deste desafio, veremos a Lara novamente como autora em futuros livros ou foi uma experiência única?
Um e-mail com mais de 3 linhas para mim, é normalmente, considerado extenso… Já escrevi várias coisas na minha área cinzenta, entre artigos, pappers, teses e afins, mas de facto nunca tiveram a mesma graça! Se será filho único, não sei… Eu escrevi isto de rajada, não sei se terei imaginação, ou sentido de humor suficiente para escrever outro. Quem sabe, um dia…
Uma mudança de carreira, é algo que ponderas algures no tempo, ao ver este teu primeiro livro publicado?
Eu adoro a minha profissão! Dificilmente haverá espaço para um switch de carreira. Contudo, gosto de pensar que será possível continuar a cultivar o meu lado B mais criativo…
Finalmente, a pergunta que muitos terão em mente: E se depois deste guia e dos 15 dias, o desgosto de amor permanecer?…Poderemos reclamar à autora? 😀
Esta foi sem dúvida a pergunta mais fácil de responder… Basta consultar a página 187, relativa ao capítulo 9: “E Se nada disto Resultar?”. Neste livro há sempre um plano B.
Depois desta entrevista, esperamos que tenham ficado a conhecer um pouco mais sobre a autora deste livro e que sintam, tal como nós, curiosidade em ler este livro e perceber realmente do que se trata esta receita, recomendação ou processo de superação de um desgosto de amor!
Quanto ao livro, está disponível nas habituais livrarias, nomeadamente FNAC, Bertrand, Wook, Almedina, entre outras a preço super acessível e nos tempos que correm, com possibilidade de compra online, pelo que não têm desculpas… Além de que se aproxima o Natal, bem como um possível novo confinamento… Há que ter leitura para ocupar os tempos livres! 😉
Cumprimentos,
The B blog