Londres ’18 – Mochila às costas e espírito turista!

cof

Antes que o Brexit entre forte e feio em vigor e passem a cobrar imposto aos europeus para lá entrarem, decidimos fazer uma visita a Londres e consequentemente deixar aqui o resumo da viagem e umas dicas para quem quer seguir este destino.

Disclaimer #1: se procuram uma viagem low cost, procurem outro destino que não uma das capitais europeias mais movimentadas e visitadas!
Disclaimer #2: se procuram férias e descanso, escolham outro destino que inclua regime de resort, praia, bar aberto e ofertas do género!
Disclaimer #3: este post é capaz de ficar longo…mas tentarei dar o máximo de informação e dicas com base na nossa experiência! 😉

Se ainda continuam com a leitura, cá vamos nós!!

Pré Viagem

Decidido o destino, com um escasso mês de antecedência, o primeiro desafio era sem dúvida o alojamento! Nesta cidade qualquer hotel, hostel, pensão ou sítio para pernoitar (que não o banco de jardim) não abona a favor da carteira. E se por um lado tentava não castigar a carteira, por outro queria um alojamento próximo do centro, caso contrário, o que poupava em alojamento, gastava em deslocação (adicionando o factor tempo que se perde nestas deslocações). Assim sendo, recorremos ao alojamento local, via AirBnB e conseguimos um quarto num apartamento partilhado…nada mau, só precisávamos mesmo de sítio para dormir e tomar banho!
Valor: 150€ (4 noites)

Sobre a viagem, começando pela busca de datas e para quem se importa com o valor da mesma, o dia e hora em que se viaja pode significar uma diferença significativa de valores…no nosso caso, optamos por ir no final do dia feriado (1 Novembro) e regressar no dia 5 (segunda-feira) ao final do dia. A diferença traduziu-se numa poupança de 200€ (no mínimo) face à opção de dia 1 de manhã e regresso dia 4 (domingo) à noite.
Valor: 250€ (duas pessoas)

Com quatro dias pela frente, o que fazer em cada um deles e onde ir?!…no nosso caso, já levávamos uma lista de pontos a visitar, a nossa check list. Entre museus, locais icónicos, atrações, parques e outros locais, a lista era longa…em concreto, 18 pontos! Algo a preparar à partida, pois como irão perceber, ajuda em muito!

A Viagem

A desvantagem de se chegar a Londres fora de horas em alguns dos aeroportos é o facto dos transportes escassearem. De qualquer das formas, no nosso caso a opção para fazer o trajecto Luton <-> Londres mais económica era via autocarro expresso, viagens previamente reservadas online, sendo que à chegada foi só embarcar no autocarro e seguir viagem!
Valor: 62€ (duas pessoas, viagens Luton -> Londres e Londres -> Luton)

Da estação onde o autocarro nos deixou até ao nosso alojamento ainda eram alguns km pelo que, à meia noite e qualquer coisa, a opção mais rápida e viável foi o recurso ao Uber! Porquê Uber e não táxi?! Por alguns dos motivos que levaram a Uber a ganhar espaço neste segmento…fácil de usar, não temos de nos deslocar para um local de táxis (que numa situação destas desconhecemos onde fica nem queremos andar à deriva pela cidade, por mais segura que seja, até porque temos malas, estamos cansados e só queremos chegar a “casa”). Além destes pontos, o custo da viagem é sabido à partida e não corremos o risco de aldrabice (eu sei, não estava em Portugal!)…uma recomendação que me deu uma senhora ainda no avião, “não usem os táxis típicos, são mais caros”. Fica a nota!

Para deslocações pela cidade, nada melhor que a vasta rede de metro que vai a praticamente todo o lado, quando as linhas estão em funcionamento (que não foi o caso, mas já lá vamos!). Para o metro (aka Underground) podem usar um cartão recarregável (Oyster) ou como descobri acidentalmente, usar um multibanco normalissimo, bastando passar o mesmo nos pórticos e estes abrem (se o saldo do cartão o permitir!). Se optarem pelo multibanco, é bom que não paguem comissões por transacções no estrangeiro, caso contrário a coisa fica cara!
Valor: 64€ (32€ em cada cartão. Já os tínhamos, no entanto a sua aquisição creio que ronda os 10€ e podem no final devolvê-los, sendo-vos devolvido parte do valor.)

Por Londres

Primeira atração e para começarmos em grande, Madame Tussauds, o famoso museu da cera. As imagens falam por si, um museu onde podemos encontrar réplicas de cera das mais variadas celebridades e figuras deste nosso mundo…o museu tem diversas áreas temáticas e alguns pontos e interação com o público, o que tudo junto, nos fazem gastar 3 horas sem darmos conta!!
Para agilizar a coisa, podem comprar os bilhetes online e efetuar logo a reserva para a hora que pretendem efectuar a visita. À chegada, a entrada é feita por intervalos de tempo, pelo que não é necessário perderem horas em filas…basta que cheguem à hora que tem agendada e dirigir-se para a entrada.
O bilhete, no nosso caso, compramos um que nos dava acesso a duas atracções, o museu da cera e a roda gigante (London Eye). Além deste conjunto, existem muitas outras opções, com visitas pela cidade de autocarro, agregar mais atrações (existem neste momento umas quantas para crianças) e este tipo de bilhete sai à partida mais barato que o bilhete individual para cada atração.
Valor: 110€ (2 pessoas, Madame Tussauds + London Eye)

Ainda no Madame Tussauds, encontrei este senhor e ele estava a pedir-me qualquer coisa…só tinha um pacote de bolachas à mão, foi o que lhe consegui oferecer! 😀

Um quarteirão ao lado do museu, encontra-se a casa e museu do detective mais famoso do mundo, Sherlock Holmes! Visitamos a loja e registamos o momento junto à mítica porta número 221 de Baker Street! O museu tem um custo de 15£.

Seguiu-se o palácio de Buckingham, residência oficial da rainha, que eventualmente faria algum tipo de aparição neste dia, pois a multidão que rumava ao palácio era enorme, em frente aos portões do palácio praticamente não se conseguia movimentar e o aparato em volta era grande. Queiramos ver o render da guarda mas com este aparato, decidimos seguir caminho. Viríamos no dia seguinte tentar ver o rende da guarda, quando à hora marcada informaram à multidão que não haveria, pelo que acabamos por desistir. Fica para uma próxima visita! O render da guarda acontece pelo menos às 11h mas é possível saber o horário completo online. Para quem não quer perder este momento, deve estar junto ao palácio uma meia hora ou mais antes da hora, pois o aglomerar de pessoas para ver este momento é grande.

Passagem por Hyde Park, um dos grandes parques que a cidade possui e que lhe conferem algumas “manchas” de verde e natureza. O que se faz aqui?! Simplesmente convive-se com a natureza! Das paisagens verdes, aos jardins meticulosamente cuidados e a todos os animais que habitam e interagem com os visitantes, os parques são locais ideias para uma pausa na correria entre locais a visitar.

Ali próximo, Trafalgar Square, uma das praças mais conhecidas da cidade e onde se encontra a Galeria Nacional. De entrada livre, para apreciadores de arte é um local a visitar pela dimensão e quantidade de quadros e artistas que têm em exposição.

Viajando para a zona ribeirinha, junto ao rio Tâmega, entre as muitas travessias do rio, encontramos a famosa Tower Bridge, um dos símbolos de Londres e Inglaterra. Fizemos a travessia da mesma, sendo que é possível subir ao topo desta e atravessar o passadiço entre as duas torres da ponte. O bilhete para essa subida e travessia custa 12£.

Para primeiro dia, a check list já contava com uns quantos ‘checks’. No segundo dia, começamos por viajar até Camden Town, uma zona “alternativa” de Londres, em tempos conhecida pela zona dos Punks entre outros grupos sociais não tão bem vistos. Actualmente Camden Town ainda mantém esta identidade, com lojas e mercados com ofertas diferentes, desde tatuagens, piercings, produtos à base de canabis entre outras. Algo diferente mas que vale a pena a visita!

De regresso ao centro, passagem por outro símbolo da cidade, o famoso relógio Big Ben, que de momento encontra-se em manutenção e portanto está envolto em estruturas, não sendo possível contemplar muito mais do edifício para além do relógio em concreto.

Mais uma travessia do Tâmega, desta vez pela London Bridge e à hora agendada, estávamos no London Eye, para uma volta na roda. É a oportunidade uma vista panorâmica em qualquer direção da cidade, contemplar os monumentos mais próximos e apercebermo-nos da dimensão da cidade!

Neste dia ainda houve tempo para passar pelo British Museum, também de entrada gratuita e onde podemos contemplar obras, artefactos e momentos da história mundial! Organizado por continentes e/ou países, as exposições neste museu vão do Egipto à Grécia antiga, passando pelo continente africano, americano e muitos marcos na história europeia e asiática! Mais um local onde facilmente nos perdemos e gastamos algumas horas a contemplar todo o museu.

Segundo dia concluído, poucos pontos marcados na checklist mas muitos quilómetros percorridos.

No terceiro dia, alguns desafios adicionais e inesperados.

O primeiro ponto a visitar, a abadia de Westminster. Mais um local turístico, de entrada paga (15£ por pessoa), no entanto se entrarmos para assistir a alguma das cerimónias, a entrada é gratuita. Assim o fizemos, até porque quando chegamos à abadia, decorria uma cerimónia, à qual nos juntamos é assim conseguimos visitar a mesma. É na abadia de Westminster que estão monumentos e memoriais a algumas das personalidades mais marcantes da história de Inglaterra, como por exemplo, Shakespeare ou Churchill.
Como estávamos em dia de igrejas e catedrais, seguimos para a Catedral de St. Paul, onde no mesmo regime, assistimos à cerimónia e assim visitamos a catedral com entrada gratuita. Se o fizerem fora do horário das cerimónias, a entrada é paga.

Ainda em St. Paul e com o objectivo de nós dirigirmos para mais um museu, eis que nos apercebemos que duas das principais linhas de metro estavam em manutenção e portanto fechadas. Dado que tínhamos vários pontos a visitar, Uber ou Táxi não eram as melhores opções. Começamos por apanhar alguns autocarros, tarefa para a qual ajuda em muito o Google e as suas rotas. Ainda assim, nem todos os destinos eram possíveis ou nem todas as rotas iam dar onde desejávamos. Foi então que decidimos aventurarmo-nos em algo que já tínhamos questionado a sua existência e abundância pela cidade…bicicletas!! Quem visita hoje Londres, irá retamente reparar numas “estações” self-service de bicicletas, espalhadas por toda a cidade. Fomos então perceber como funciona este sistema…e basicamente pelo custo de 2€ podemos ter bicicletas à nossa disposição durante 24 horas. O custo mantém-se nos 2€ se não ultrapassarmos o tempo de 30 minutos em cada viagem, caso contrário, por cada 30 minutos adicionais, debitam-nos 2€. Como também não andávamos propriamente equipados para desporto nem queríamos fazer grandes distâncias, este foi o meio de transporte ideal para fazer a ligação entre alguns pontos, nomeadamente, entre algumas rotas de autocarro para chegarmos aos destinos pretendidos! Confesso que conduzir pela esquerda me causou alguns curto circuitos, principalmente em avenidas e zonas movimentadas da cidade, onde as decisões na estrada têm de ser rápidas e seguras e ao mesmo tempo, contrariar o subconsciente que com regularidade decidia pelas regras da condução à direita e não à esquerda. Uma experiência diferente, no final, bastante positiva, agradável e divertida!

Chegados a um dos destinos pretendidos, o primeiro local a registar presença seria junto à casa do fundador do escutismo, Baden Powell. A poucos dirá algo mas como escuteiro e estando pela zona, faria todo o sentido esta visita! Mesmo ao lado, mais dois museus – Museu de História Natural e Museu da Ciência.
Confesso que não íamos preparados para a dimensão e quantidade de atracções que qualquer um destes locais nos proporciona, pois são museus enormes e com um vasto é recheado conteúdo.
No museu da ciência, viajamos pelas revoluções industriais, a evolução da tecnologia, as viagens ao espaço, o corpo humano entre muitos outros temas científicos. Não conseguimos ver tudo em detalhe, tal como viria a acontecer no museu seguinte.
Museu de História Natural, fantástico!! Um museu que parece não ter fim, pela dimensão do edifício que o alberga, bem como pela quantidade de exposições presentes. Desde a história da evolução do homem, aos dinossauros, passando pela história e comportamentos do nosso planeta, são muitos os temas e salas a visitar. Depois da visita a ambos, ficamos com a sensação de que facilmente gastaríamos grande parte de um dia se pretendêssemos usufruir exaustivamente destes dois locais! Fica para uma próxima, uma visita mais atenta e dedicada.

Passagem ainda por um dos bairros mais caros da cidade, Nottingham Hill e pela avenida dos mais carismáticos hotéis, onde para quem gosta do mundo automóvel, se contemplam as marcas e modelos mais extravagantes de automóveis. E como as linhas ainda continuavam com limitações, fazíamos estes percursos de bicicleta!!

Terminado o terceiro dia, a lista estava praticamente completa e nós com muitos quilómetros de caminhada.

Ultimo dia, com apenas meio dia disponível antes de rumarmos novamente a Luton. Paragem em Picaddily Circus para trazermos algumas lembranças, visitar algumas lojas pela zona, entre elas, a gigante loja da M&M’s que pela sua dimensão e quantidade de M&M’s disponíveis vale a pena visitar (se forem adeptos desta guloseima)!
Próximo e último destino de visita, o clube, loja e restaurante Bike Shed Motorcycle Club. Para quem está ligado ao universo das duas rodas, é um conhecido local, que anualmente organiza também um evento onde reúne dezenas de fabricantes e customizadores de motos, bem como centenas de visitantes. Por isto é pelo espaço em si, tinha de o colocar na check list e valeu a pena a visita!

E assim terminava a nossa visita de quatro dias. Seguia-se a viagem de volta a Luton e apanhar o avião de regresso para Lisboa!

Notas e dicas adicionais:

  • Viajar acompanhados de um smartphone com GPS e acesso à Internet poderá fazer toda a diferença, principalmente para quem não conhece o mapa da cidade e/ou precisa de consultar informações online
  • Se fizerem refeições low-cost, devem contar com uma despesa entre os 10€ e os 20€ para duas pessoas
  • Se optarem por refeições mais compostas, como por exemplo em restaurante, o preço médio da refeição andará entre os 30€ e os 40€ para duas pessoas
  • Ter um plano da viagem antecipadamente pode fazer a  diferença no rentabilizar do tempo, desde as deslocações, agregar locais a visitar por zonas, reservar bilhetes e períodos de visitas, listar trajectos de transportes, entre outros pormenores.

 A este guião e dicas, juntem uma boa dose de espírito de turista (aventura num destino destes há pouco), metam mochila às costas e boa viagem!!

Todas as fotos desta viagem foram tiradas utilizando o Huawei P20, sem edição de imagem (ou para os mais ‘cybernáuticos’… #nofilter)

Related Posts

Comments (2)

Excelente roteiro e bem organizado! Londres é das cidades que mais gosto e já conto com 8 viagens até ela, culturalmente rica, fácil mobilidade, só tem dois pontos negativos o tempo (já sabemos) e o valor da comida, acho muito acima da média. Mas como ponto positivíssimo os transportes levam-nos a todo o lado e a qualquer hora. É uma excelente cidade para visitar, mas numa próxima aconselho irem em Dezembro, as luzes de Natal e a magia da cidade transforma-se, o Hyde Park recebe o WinterWonderland que é fantástico!
Continuação de boas viagens!

Olá Seni!! 😉

O roteiro dava para muito mais mas ficaria um post gigante! Fizemos questão de visitar a maior parte dos principais pontos turisticos e de interesse da cidade, daí já termos esta longa lista…e muito mais haveria ainda para visitar! Não fomos ao Harrods, por exemplo…deixámos essa parte para a tua reportagem! 😀

Mas havemos de lá voltar, afinal, Londres é já aqui ao lado e em muitas alturas a preços super acessiveis e interessantes!

Beijinhos e Boas Viagens também para ti! :*

Leave a comment

You must be logged in to post a comment.